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MUNDO BOTONISTA

Por Sérgio Travassos (11/08/2023)

Irmandade, fraternidade e outras alegrias.

O desporto pressupõe uma atividade física e mental, regida por regras e visando uma competição entre as partes. Uma boa parcela dos praticantes do futebol de mesa envolve-se tanto com o desporto que busca, cada um à sua maneira, estudar, testar, treinar, errar, aprender e jogar. É o autodesafio, sendo necessário grande monta de disciplina. 

Mesmo tendo objetivos na temporada, tais como treinar mais e melhor, jogar com eficácia, subir no ranking, conseguir classificação para competições nacionais, subir ao pódio ou ser campeão. Tudo isso, com o passar do tempo, torna-se menor diante de algo que vai surgindo naturalmente entre os botonistas: os bons momentos com rivais da mesa.

Surge, então, uma irmandade não consanguínea.


Empatia, respeito, afeto e apoio tão grandes que se cria uma fraternidade que é fortalecida ao longo dos anos. Distância, rivalidade clubística, pelejas de sair faíscas, nada disso vai diminuir esse laço entre as pessoas. Muito pelo contrário. Vai fortalecer. Após anos jogando futmesa nas suas variadas formas e níveis, por brincadeira ao em modo competitivo, mesmo com tanto amor que tenho pelo jogo, mesmo com um bom nível de competitividade, sinto-me muito feliz com o que ocorre na relação interpessoal. Queridos amigos ou momentos divertidos com colegas preenchem um espaço aconchegante no nosso “coração” (na verdade, é na alma, mesmo).


Nas viagens que faço, nas competições que participo, em conversas por telefone ou por whatsapp, sinto um agradável respeito. O papo flui de uma dúvida na regra, passa para uma troca de ideia sobre treinamento, e segue para boas lembranças, as "cervas", a família, as piadas, uma busca por colaborar com um outro colega que passa por algum momento difícil. E, nisso, horas são passadas, semanalmente, com essa irmandade. Acredito que todos têm alguma afinidade com alguém ou grupos ligados ao futebol de mesa. Pessoas que são lembradas do nada. Que desejamos bem. Que paramos para assistir a um jogo pelo YouTube, e que nos dá um friozinho na barriga, pois realmente torcemos por esse camarada e queremos o melhor para ele.

Terras paulistanas

E é engraçado como as coisas ocorrem no nosso meio. Você viaja e, notem, as pessoas já conhecem você, mesmo sem jamais trocarem uma palavra ou aperto de mão. Todos nós já fomos recebidos em algum clube ou localidade diferente, com alegria, vibração boa e sorrisos largos. Mesmo sem você conhecer pessoa alguma de forma real. Senti isso aqui em São Paulo. 


Pessoas que jamais vi ou, até, tinha ouvido falar (e a recíproca é verdadeira), me receberam com a quentura de um abraço fraterno. No início há uma curiosidade de saber se o que ouviram falar (bem ou mal), realmente é verdade. Depois, na mesa de jogo, de bar ou de uma boa churrascaria, o laço de uma futura fraternidade começa a apertar agradavelmente.

Aqui, em visita para a inauguração da Arena Palazzo Reale, em Jundiaí, no condomínio de um dos ícones do nosso desporto, Clair Marques, comprovei cabalmente que o intuído maior do desporto não é separar, mas sim unir as pessoas. Temos histórias distintas.

Seu Clair, fundador de 3 clubes, 2 no Rio Grande do Sual e 1 no Paraná

Somos de regiões distantes. Também somos de épocas diferentes. Mas, quando nos vimos e nos apertamos as mãos, sentimo-nos como se nada disso importasse – e, realmente, não importa. Após quatro partidas, muito chimarrão e várias fotos antigas que nos levaram num túnel para os primórdios do jogo de botão, saí com a impressão de já conhecer o grande Colorado Clair há muito tempo. Dias depois, tivemos um dia inteiro de diversão numa viagem, junto com outros dois camaradas radicados em São Paulo, o campeoníssimo Cristian e Tonico -  muito churrasco e um joguinho de futebol em Bragança (Bragantino 0x0 Internacional). E o laço apertou-se mais um pouco. 


Ao retornar para a minha hospedaria, comecei a olhar fotos de várias viagens que fiz. A maioria em competições pelo Brasil. E me ative, não aos jogos, mas aos momentos com vários amigos do futebol de mesa: Juderi, Téssio, Juninho, Gabriel, Matheus, Eugênio, Léo, Caju, Tadeu, Normando, Dilton, Tosta, Cláudio, Franklin, Dudinha, etc. Tantos e tantos outros que a lista seria maior do que o ranking da CBFM.

Lembrei das conversas, das gargalhadas, dos brindes, das piadas, das trocas de camisas, do calor humano. E agradeço aqui, cada momento desses. Momentos que não serão apagados da alma, mesmo que sejam, por algum motivo de saúde, apagado da memória. E aproveito para aconselhar os colegas - principalmente os mais jovens -  aproveitem bastante os momentos com os colegas, nas mesas e fora delas.

Sergio Travassos é diretor do Santa Cruz F.C. há doze anos, jornalista com outras duas formações, Educação Física e Marketing, que atua há muito tempo em prol do desporto pernambucano. Tendo passagens pela Federação Pernambucana e CBFM. Sendo uma das figuras que mais defende o jogo de futebol de mesa, independente da regra de atuação, bem como que as competições sejam feitas em locais públicos, visando atrair mais visibilidade para o futmesa.

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travassos@mundobotonista.com.br
(081) 97100-2825

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