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BOTONISTA
Por Carlos Cláudio Castro (06/03/2020)
Levanta, Sacode a Poeira e Dá a Volta por Cima?
As aventuras humanas no espaço, a Lua é o limite até o momento, são a prova cabal de quanto os pequenos detalhes podem determinar o sucesso ou o fracasso de uma operação. A sutileza pode ser decisiva em muitas situações na vida. Não seria diferente quando se trata de um jogo cujo instrumento primordial é uma bolinha de 10 milímetros de diâmetro.
Existe uma jogada defensiva usada na modalidade 12 Toques, muito corriqueira e ao mesmo tempo de difícil execução. Trata-se do acionamento efetuado com um botão no intuito de fazê-lo chocar-se com o goleiro do próprio time para que ele, em se deslocando, passe a bloquear o ataque adversário. Ação que exige preparo prévio do goleiro (base encerada) e perícia do botonista.
Mas daí surge uma questão de sutil resolução: se acontecer de ao mover o goleiro, ele se deslocar e cair, ou mesmo passar a ter uma parte fora da grande área, ficando, portanto, em situação irregular, mesmo assim ocupando o espaço desejado pelo atleta autor do lance? Onde deverá ser colocado para ficar em posição legal? A regra é clara, deve ser recolocado na posição em que se encontrava ANTES do lance (acionamento) que o deixou em situação irregular e não ser simplesmente levantado (se ficou caído) ou deslocado (se parte dele ficou fora da grande área) e permanecer bloqueando o ataque adversário.
Note que no caso supracitado, se o goleiro estiver caído ou inclinado sobre qualquer botão que, em decorrência do lance, tenha passado a ocupar o espaço para o qual deveria voltar o goleiro, este deve ser posicionado o mais próximo possível do local onde se encontrava antes do lance (acionamento) e a 0,5 (meio) cm do botão em questão, que não será removido.
Depreende-se do que foi acima exposto que tal jogada de bloqueio do ataque adversário, usando o deslocamento indireto do goleiro, demanda uma dificuldade técnica e consequentemente uma habilidade apurada do atleta, no sentido de executá-la com tal precisão que torne o bloqueio efetivo, sem, entretanto, deixar o goleiro em situação irregular.
São pequenos detalhes que podem definir um lance de jogo e, dependendo das circunstâncias, o resultado do jogo, quem sabe até decidir o título de um Campeonato. Nada é estranho para um Esporte de tanta precisão, pelo tamanho da bolinha, e tão rico em nuances como o Futebol de Mesa.
Referências: Artigo 12, Item 12.1; Artigo 34, Item 34.5.
O cearense Carlos Cláudio Alencar de Castro é médico neonatologista, adepto do lema “ a arte torna a vida suportável”, fanático torcedor do Vozão, estudioso do Futebol de Mesa, membro do Comitê Gestor das Regras 12 Toques da CBFM.
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