Painel  do Mundo

o blog do
MUNDO BOTONISTA
Planeta Dadinho

Por Daniel Matos (19/07/2021)

The Walking Dead.  

The Walking Dead é uma das séries de televisão de maior sucesso na atualidade. Já rumando para a sua 11ª temporada, ela, essencialmente, retrata a realidade da humanidade numa distopia futurista em que o mundo é dominado quase que inteiramente pelos mortos vivos e os poucos humanos remanescentes vão se virando para sobreviver e precisam se desdobrar para conseguir recursos e abrigo.


Aliás, a temática de mortos vivos, que se movimentam graças à magia vodu, ou a vírus manipulados por corporações malignas ambiciosas, ou a fungos que deformam e subjugam o ser humano, costuma estar amplamente arraigada na cultura ocidental moderna. Como no restante da cultura popular, o Subbuteo também tem o seu zumbi.

No final da década de 1960, as figuras empregadas no jogo eram conhecidas como heavyweights. Eram pintadas à mão por donas de casa da região de Tunbridge Wells, sede da Subbuteo e lar de Peter Adolph, criador do jogo. Apresentavam uma barra aos pés da figura, a qual era utilizada para a fixação dela na respectiva base e tinham uma postura peculiar. 


Durante a década de 1970, em virtude do aumento explosivo da demanda global do Subbuteo, notadamente depois da Copa do Mundo de 1966, vencida pela Inglaterra, a Waddington’s, empresa então proprietária da marca, decidiu que o modelo anterior deveria dar espaço a um novo tipo de figura que poderia ser pintada à maquina e assim conseguir suprir a carência da demanda pelo jogo e reduzir a folha salarial da empresa, em virtude do aumento considerável dos salários em libra esterlina.


Essa nova figura era mais simétrica e talvez um pouco mais fácil de manter o equilíbrio do que as figuras heavyweights e as de cartolina, anteriores. Entretanto, ela tinha uma pose meio artificial, com uma postura atípica e praticamente sem expressões faciais. Em virtude dessas características físicas, meio inexpressivas, que desagradaram muito o público à época, essas figuras receberam, por parte dos jogadores, o apelido nada carinhoso de “Zombie”.

Amado por alguns e detestado por outros, o fato é que o Zombie acabou por acelerar a procura pelas figuras heavyweights anteriores. Representava um avanço para resolver a falta de times no mercado, apesar disso, pelo fato de haver muitas reclamações, a vida útil do Zombie foi bastante curta. Menos de 4 anos após sua chegada ao mercado, foi rapidamente substituída pela figura que hoje denominamos lightweight, que também podia ser impressa à máquina e tinha características físicas bem mais agradáveis que a do finado zumbi de plástico.

Quando a Estrela trouxe ao Brasil o Pelebol, o molde inicial da figura era do heavyweight. A “monstruosidade” zumbi, então, até onde sabemos, não chegou a terras tupiniquins. Assim como todos os filmes de Hollywood, sobre a temática zumbi, que só acontecem nos Estados Unidos ou na Europa, fomos felizmente poupados da invasão dos mortos vivos por aqui.


Biblioteca de "Subbuteo Planet"
Reler publicações anteriores de Daniel Matos

Daniel Matos nascido e criado na capital federal é médico cirurgião nas horas vagas e jogador de Subbuteo no resto do tempo. Atuou durante muito tempo por sua equipe do coração, Vasco da Gama, pela qual pode ganhar diversos títulos nacionais e Internacionais. Já teve o privilégio de defender o Brasil em campos nacionais e internacionais. E no tempo que sobra, é diretor técnico da CBFM para a modalidade além de vice-presidente da FISTF (Federação que dirige o Subbuteo) para a América do Sul.

....................................

danimatos@mundobotonista.com.br


Posts anteriores 
Por Jonnilson Passos 11 mai., 2024
Botão com ciência
Por Erismar Gomes 10 mai., 2024
Doze giros
Por José Carlos Cavalheiro 07 mai., 2024
É tudo botão
Por Chico Junior 01 mai., 2024
Submundo
Mostrar mais
Share by: