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MUNDO BOTONISTA
Planeta Dadinho

Por Alysson Cardinali (08/07/2025)

Lições dos gramados para as mesas

O futebol praticado com a palheta nas mãos e o jogado com a bola nos pés, inegavelmente, são duas de minhas maiores paixões. Para mim, é impossível dissociar um do outro. Por questões profissionais ou somente sentimentais, estou (quase) sempre com o pensamento neles, o que me faz muito bem. Agora, então, durante a Copa do Mundo de Clubes, tenho ficado, literalmente, “louco da cabeça”. Afinal, embora tenha me transferido do São Cristóvão para o Vasco da Gama — como atleta federado —, na arquibancada sou Tricolor de Coração. Sim, amigos e amigas, não sei se já contei para vocês, mas torço para o Fluminense, que — surpresa agradável e emocionante — está na semifinal do torneio disputado nos Estados Unidos.

Mas o que tem o Mundial, o Time de Guerreiros e o fato de eu ser torcedor do clube tantas vezes campeão com o nosso esporte? Nada! E tudo! (risos) Noves fora eu ter passado a vestir o manto cruzmaltino, percebi que as semelhanças das mesas para os gramados vão muito além do que supõe e nossa vã filosofia. Afinal, a essência do jogo (de futebol e de botão) são as mesmas — fazer gols para vencer —, mas com nuances ainda mais profundas. Ou seja, podemos tirar várias lições do que observamos nos campos e usá-las nas mesas. Exemplo? As atuações dos esforçados e dedicados comandados de Renato Gaúcho contra as potências Borussia Dortmund, da Alemanha, e Inter de Milão, da Itália.

Quem aqui nunca enfrentou as feras do futebol de mesa? Tal qual o Fluminense antes de a bola rolar contra os dois grandes times europeus, geralmente as chances de surpreender os favoritos da palheta parecem quase nulas. Mas só até o dadinho quicar. Com disciplina tática, resiliência, dedicação e muito estudo é possível surpreender o adversário mais forte, quase imbatível e — assim como fez o Tricolor — obter bons resultados. Até porque, o futebol de botão também é uma ‘caixinha de surpresas’. Um bom começo é assistir aos jogos dessas feras em competições pelo país e que, cada vez mais, são transmitidos nas redes sociais. Além das aulas que eles nos proporcionam, é possível conhecer as manhas e as táticas de cada craque.

Formas de jogar, preferência de chutes (mais perto ou mais longe da meta), posicionamento dos botões, ofensividade, cuidados defensivos, velocidade das jogadas são alguns dos quesitos que devemos prestar atenção e, se possível, ter em mente antes de encarar tais feras. É claro que isso não é garantia de vitória, mas trata-se de um bom começo para tentar virar este jogo. Conhecer o adversário, dissecá-lo, conhecê-lo a fundo, em um verdadeiro raio-x, pode nos dar, ao menos, a confiança e a certeza de dever cumprido antes de cada partida. Mas também devemos fazer a nossa parte: treinar com afinco é o mínimo para estar bem preparado diante de missão tão difícil de tentar superar as potências das mesas. 

Assim como Renato Gaúcho e seus comandados, temos condições de surpreender a todos os adversários. Com astúcia, estratégia e conhecimento sobre seus pontos fortes e fracos. É verdade que não há receita infalível para vencer, mas conhecer as armas do “inimigo” é fundamental. Todo exército, quando vai para uma batalha, precisa se preparar, ter conhecimento do lugar onde será o combate, os tipos de armas a serem usadas. Afinal, é preciso conhecer profundamente o adversário e sua tática para vencer a guerra. Então, vamos à luta. Mas sempre com dignidade, respeitando as regras e o oponente. Assim como fez o Fluminense diante de equipes superiores no Mundial de Clubes. Saudações tricolores!

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Nascido em Nova Friburgo (RJ) em 1971, mas morando há mais de 30 anos na cidade do Rio de Janeiro, o jornalista esportivo Alysson Cardinali, com passagens pelos jornais O Fluminense, Jornal dos Sports, O Dia e Expresso (Infoglobo), revistas Placar e Invicto, além do canal SporTV, é um apaixonado não só pela profissão, mas pelo futebol de botão. Praticante da modalidade dadinho, Alysson é atleta federado, pelo São Cristóvão Futebol e Regatas, na Federação de Futebol de Mesa do Rio de Janeiro (Fefumerj) e, além de disputar as competições oficiais pelo Brasil, pretende divulgar o esporte e angariar cada vez mais praticantes para perpetuar o futebol de botão entre as futuras gerações.

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cardinali@mundobotonista.com.br

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