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MUNDO BOTONISTA

Por Chico Júnior (14/03/2023)

Muito obrigado, Vovô.

Bom dia, meus amigos, é sempre um prazer escrever em uma página especial, falando com gente amiga. Dedico minha primeira crônica desta temporada a prestar uma singela homenagem a um botonista maravilhoso e amigo querido que nos deixou há poucos dias: Cassio Ruiz Erbisti ou "Vovô" para muitos dos nós que tivemos o prazer de desfrutar do seu convívio. E como o que melhor faço nesta vida é contar meus "causos", é assim que eu escolho prestar essa última reverência - compartilhando com os amigos algumas passagens que me vêm neste momento como uma lembrança afável (mesmo diante de um momento de triste perda).

Muitos botonistas aprenderam ou se aperfeiçoaram técnica e taticamente no esporte assistindo no, já extinto, site da Loja Edu Botões um conteúdo audiovisual chamado "Dicas do Cássio". Cássio era, de fato, o vovô de muitos botonistas. Aquela figura paternal, conselheira e cuidadora. Muitos, como eu, tiveram o enorme prazer de conviver com ele nos treinos, com seu humor ácido e com seu jeito rabugento de ser. Vou lembrar de algumas de suas histórias; uma delas comigo e outra com um companheiro da época, o Barbosa. Começo pela segunda.

Barbosa tinha a mania de atender o celular durante o treino. Uma vez fora da sala ele ouvia alguém falando do outro lado da linha. Sua cara era de quem tomava uma sonora escovada. Ao notar que dentro da sala todo mundo olhava impaciente para ele, Barbosa começou falar: " Eu fico aqui o tempo que eu quiser, ", Cássio quando ele entrou falou: " Barbosa entre nós, quando você falou isso a pessoa já tinha desligado né?". Barbosa falou que tinha, e que somente queria desabafar. Em outra ocasião o Barbosa, que até hoje tem medo da mulher (é justo já que é humilde no tocante à beleza) atendeu o telefone dentro da sala. Mamãe, eu nunca tinha visto o Cássio tão nervoso. Foram três minutos de esculacho e, ao terminar, o Barbosa com voz de choro falou: " Poxa Cassio, não precisa ser grosso", eu rolei de rir.

Em 2011 estávamos na final do aspirante e, por isso, cheguei bem cedo para treinar. Lá já estava o Cássio que no dia seguinte jogaria a final da Série A. Cássio então me orientou a usar apenas uma palheta e me deu uma das suas pra que eu treinasse com ela. A final contra o Corinthians foi muito disputada. Na última rodada entrei para enfrentar o Alencar. Quando abri a minha caixinha, não achei as minhas palhetas, apenas estava alo aquela que o Cássio havia me dado. Ganhei a partida por 5 x 4, fomos campeões e, ao terminar, o Cássio me deu os parabéns e me devolveu as minhas outras palhetas. Ele tinha escondido porque sabia que mesmo com as suas dicas, eu, que era cabeça dura, na hora do jogo iria jogar com aquelas outras palhetas. Esse foi só um dos ensinamentos que tive o privilégio de receber dele.


Obrigado vovô.

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Francisco Junior ou simplesmente Chico, é um paulista torcedor do Fluminense, jornalista de formação, publicitário de ofício, apaixonado pelo futebol de mesa.  Agente do caos, Chico gosta mesmo é de contar seus causos e desenterrar aquelas histórias que muita gente, se pudesse escolher, preferiria manter bem sepultadas. É ele o responsável por dar toque de humor ao Portal Mundo Botonista toda segunda-feira.

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chico_jr@mundobotonista.com.br
(011) 94101-7908

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