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  Por Julio Simi Neto (25/04/2024)

Oppenheimer

Caro leitor do “Muito Além das Mesas”: digo que chegou a hora de dar um destaque na 96ª edição do Oscar 2024 e mirar o holofote no filme vencedor da noite. Então, vou indicar para você aquele que levou a estatueta de Melhor Filme, o excelente “Oppenheimer” (2023) dirigido e roteirizado pelo inglês Christopher Nolan, que também foi premiado na noite com o Oscar de Melhor Diretor. O filme teve o seu roteiro adaptado da biografia homônima do carismático físico norte-americano, Julius Robert Oppenheimer (1904–1967), que foi escrita por Kai Bird e Martin J. Sherwine. Christopher Nolan após se encantar com a leitura do livro, foi buscar os melhores profissionais para, juntos, produzirem um verdadeiro clássico do cinema. Há muito tempo que não se via um longa-metragem, sem falhas, sendo exibido nas telonas.

Em “Oppenheimer” não vemos a vida do físico desde a sua infância, e sim a sua fase adulta, passada na década dos anos 40, quando ele é indicado pelo governo dos EUA em virtude de sua competência, a liderar e nomear uma equipe de físicos para desenvolverem o “Projeto Manhattan” na construção de uma bomba atômica. A poderosa arma tinha como objetivo mostrar o poderio americano, pôr um fim na II Guerra, antecipando-se aos alemães e aos russos, que estudavam a construção do mesmo artefato. Contrariamente ao que muitos pensam, o principal papel de Einstein na construção da bomba, ademais da sua famosa Teoria da Relatividade, foi alertar (juntamente com outros cientistas) numa carta ao presidente Franklin Roosevelt, sobre o que poderia ocorrer se o dispositivo atômico fosse desenvolvido primeiro pelos cientistas alemães.

O filme possui trechos em preto e branco e se desenvolve com a brilhante atuação do ator irlandês Cillian Murphy no papel do Oppenheimer. Murphy acabou ganhando, merecidamente, o Oscar de Melhor Ator por seu desempenho. Apesar de ser longa, a obra não cansa os espectadores. O diretor Nolan soube construir, com maestria, sobre seu próprio roteiro, um drama genial que nos leva a entender toda a politica, conflitos, tradições e interesses que cercaram o físico na construção da bomba e sua detonação, em 1945, sobre as cidades de Hiroshima e Nagasaki no Japão, culminando com a morte de milhares de civis. O filme contou com a participação de atores renomados , como Robert Downey Jr., que conquistou o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante, representando Lewis Strauss, um contra-almirante da marinha estadunidense, que foi membro do programa nuclear dos Estados Unidos. Apesar de haver nomeado Oppenheimer para o Instituto de Estudos Avançados de Princeton, em 1947, Strauss se transformou maior adversário do protagonista, usando todo os seu poder como chairman da Comissão de Energia Atômica  para acabar com o prestígio do físico, acusando-o de ser comunista e espião dos soviéticos. 

“Oppenheimer” obteve 13 indicações ao Oscar e no final arrebatou sete estatuetas: Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Ator , Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Montagem, Melhor Direção de Fotografia e Melhor Trilha Sonora Original. O filme também obteve premiações no  Globo de Ouro e na British Academy Film Awards (BAFTA). Enfim, se você ainda não assistiu esse marcante filme, e se após ler essa crônica o seu interesse foi despertado, então pode assistir, é um filmaço. A expectativa, o som e a cena da bomba que explode pela primeira vez como teste é imperdível. “Oppenheimer” já está disponível em algumas plataformas de streaming como na Amazon Prime Video e Telecine. Confira, vale a pena !!

Oppenheimer
Direção e roteiro: Christopher Nolan
Título original: Oppenheimer
Lançamento: 2023
Produção: Syncopy Inc. e Atlas Entrertainment
Disribuição: Universal Pictures
Duração:  (180 minutos)

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Reler publicações anteriores de Julio Simi Neto.

Formado em comunicação social na faculdade Cásper Libero, talentoso escritor de obras ficcionais (duas das quais já publicadas) e cinéfilo desde garoto, Julio Simi Neto, mais conhecido como Julinho, é nascido em São Paulo no ano de 1956 e, como todos os botonistas, pratica o jogo de botão desde pequeno, época em que vivia na Vila do Matarazzo no bairro do Belenzinho. Foi um dos fundadores da "Villa Botão", uma das mais famosas garagens do futmesa paulista que perdurou de 2002 a 2008. Foi nesta época que Simi idealizou o "Vai Pro Gol", um dos primeiros veículos de comunicação via Internet - uma espécie de boletim semanal que, apesar de focar no futebol de mesa, incluía curiosidades e dicas culturais.
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simi@mundobotonista.com.br
(011) 99987-8225
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