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MUNDO BOTONISTA

Por Paulo Roberto Souza (24/03/2023)

Uma odisseia amazonense na modalidade 3 toques

"Estava mais angustiado que goleiro na hora do gol."
Belchior

A aproximação de mais um Brasileiro Interclubes de futebol de mesa da modalidade 3 Toques, que acontecerá no período de 21 a 23.04.2023, na cidade de Juiz de Fora, em Minas Gerais, me traz à memória um episódio que vivi na minha primeira e, até o momento, única participação na mais importante competição interclubes da modalidade, no ano de 2019, mais precisamente no mês de novembro.


Em agosto, estava eu conversando com meus amigos Marlon e Manoel Carlos, da extinta “Wermes Futebol de Mesa”, quando decidimos que iríamos participar da competição. Porém, precisávamos de um 4º elemento para compor a equipe, e chamamos o amigo Paulo Ricardo, vulgo RPM, para encarar essa empreitada.

   

Como faltava uma passagem para o Distrito Federal, isto nos levou a realizar uma rifa entre os amigos da modalidade 3 toques. Pessoas desse Brasil afora colaboraram conosco, comprando todas as rifas, e assim pudemos comprar a passagem que faltava para termos, depois de décadas, uma equipe do Amazonas participando de um Interclubes.

Em novembro, os botonistas “Werminosos” estavam lá em Brasília, depois de uma viagem de quase três horas, viagem por sinal muito tranquila. Dirigimo-nos ao alojamento da AABB, local em que ficamos no período da competição, e suportamos bravamente o ronco e “gases químicos” dos briosos botonistas de outros estados com os quais dividíamos alojamento. 

   

Foram dias de muito aprendizado com os grandes botonistas da modalidade 3 toques, mesas ótimas, local excelente, e muita dedicação do querido amigo Bruno Mestre e dos amigos de Brasília na organização.


Junte-se a tudo isso uma receptividade para conosco que fez valer a pena todo o esforço feito para participar. Como minha história não é um conto de fadas, quem imaginou que os amazonenses iriam “arrebentar” na competição se enganou, pois o resultado nas mesas não foram bons. Mas no quesito aprendizado e amizades fomos vitoriosos, e nisso aí fomos muito bem.


Mas a epopeia estava longe do fim. Após uma bela churrascada e uma boa resenha com os amigos que fizemos, para comemorar o encerramento da competição, fomos arrumar as “trouxas”, pois nosso voo nos traria de volta para Manaus na mesma noite de encerramento da competição.


Encaminhamo-nos ao aeroporto e acreditávamos piamente que em três horas estaríamos em Manaus no conforto do nosso lar. Ledo engano da nossa parte. Ao se aproximar de Manaus, iniciou-se uma tempestade, e quem já enfrentou uma situação dessas dentro de um avião sabe que não é nem um pouco agradável.


Mesmo assim, o audaz piloto iniciou o procedimento de aterrisagem, e aí começa a parte dramática. Eu estava de olho no bendito mapa da viagem que aparecia no aplicativo do celular, e vai descendo pra 2000 metros, 1900 metros, 1850 metros, e o avião começa a tremer mais que mão de botonista no chute que pode definir um título, e com isso o avião começa a subir novamente.


Nesse meio tempo, olho para meus companheiros de futebol de mesa e tem gente orando a Deus, Alá, Shiva, Tupã, Odin, pois nessas horas vale se apegar com qualquer elemento divino que nos livre de visitar o paraíso ou até mesmo o Valhalla. 


O piloto tentou mais duas vezes aterrissar, e o drama foi o mesmo, até que o mesmo avisa pelo alto falante da aeronave que não havia “teto” favorável para pousar em Manaus. Eu, mentalmente, questiono, para onde diabo nós vamos? E como se estivesse lendo meus pensamentos o piloto avisa que iríamos para o aeroporto de Santarém, no Pará.


E lá fomos nós para a cidade conhecida como a “Pérola do Tapajós”, que tem as famosas Praias de Alter do Chão, tendo um pouso tranquilo. Fomos ao balcão da companhia, e soubemos que só teria voo na noite seguinte, e nessa altura do “campeonato” as esposas dos intrépidos “caboclos” botonistas amazonenses já estavam achando que iam virar viúvas. 


Depois de muita luta conseguimos resolver a situação do hotel, pois não havia nenhum disponível na cidade. É que tinha acontecido um grande evento esportivo naquele final de semana. Vocês conhecem a lei de Murphy né?: "Se existe alguma possibilidade de alguma coisa dar errado, dará errado”. 


Finalmente nos alojamos no hotel e passamos algumas horas bem aprazíveis na cidade de Santarém, comendo um bom peixe e um excelente açaí, e olha que nem gosto de açaí. À noite, voltamos para Manaus, tendo uma viagem tranquila para nossa casa, e tal qual Ulisses, na Odisseia de Homero, conseguimos retornar ao lar, e para os braços de nossas amadas.


Paulo Roberto Souza

Paulo Roberto de Freitas Souza é pedagogo e botonista do estado do Amazonas - e um dos administradores do Fórum Mundo Botonista no Whatsapp. O manauara é praticante das modalidades 12 Toques, 3 Toques e Dadinho, tendo sido inclusive dirigente na Federação Amazonense de Futebol de Mesa. Atualmente, Paulo ocupa uma função estratégica como diretor de Comunicação da Confederação Brasileira da modalidade 3 toques.

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paulo_souza@mundobotonista.com.br

(092) 9163-2106



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