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MUNDO BOTONISTA
Planeta Dadinho

Por Giuseppe Spasiano (07/10/2023)

A importância da estrutura no nosso esporte.

Salve atletas de todo o mundo botonista, com o propósito de fundamentar o tema da minha coluna de hoje - a importância da infra-estrutura no nossos esporte - gostaria de iniciar minha crônica trazendo aos amigos um rápido resumos do Campeonato Europeu ocorrido no último mês de julho em Gibraltar.


Nas categorias individuais (Aberta e Veterano) as mais disputadas, vitória dos espanhóis Carlos Flores na "morte súbita" contra o italiano Saverio Bari e de Prats contra Calonico. No cômputo geral, a equipe Italiana conquistou cinco dos seis títulos por categorias: sub-12, sub-16, sub-20, Aberta e Veteranos. Na categoria principal, o êxito veio contra a Bélgica com com gol na morte súbita do napolitano Battista - já no Veterano, com um gol marcado por Sanremese Calonico há cinco segundos do fim contra Malta. Se houve grande equilíbrio nestas duas categorias, o mesmo não se pode dizer das categorias de base. A equipe italiana foi dominante nas disputas e não deu chance a seus oponentes.

Pois bem, amigos, qual o meu ponto? Nada nenhum destes resultados se deu ao acaso. Há um projeto de gestão vencedor municiado por uma estrutura administrativa igualmente vencedora. Na Itália, sobretudo a região nordeste há mais oportunidades e muito incentivo para a prática do futebol de mesa. Um exemplo é San Benedetto Del Tronto, uma pequena comunidade de 45.000 habitantes que sedia no mínimo duas finais de torneios nacionais por ano.


Você deve estar se perguntando: Ora, mas porquê numa pequena cidade com difícil acesso? A resposta é o envolvimento do poder público. A prefeitura oferece um galpão, as mesas, os carpetes e todo o equipamento para receber os eventos. Em troca recebe o retorno financeiro da passagem de mais de 600-700 atletas que se hospedam em sua rede hoteleira, enchem seus restaurantes restaurantes, visitam seus pontos turísticos, etc.

Aqui no Brasil temos um dos melhores exemplos de excelência no Ceará. Dias atrás bati um papo com o Marcos Sousa, presidente da Futmece (Federação Cearense de Futebol de Mesa) e falamos de o quão significativamente nos desenvolvemos nos últimos 5 anos. Somente neste intervalo de tempo, apesar da pandemia, do inicio de guerra na Ucrânia e até da mudança do governo, experimentamos um crescimento exponencial, especialmente na modalidade dadinho. De lá pra cá, por conta da Internet, intensificou-se o contato dos botonistas da capital e do interior de forma nunca vista antes.


Acredita-se que pelas pessoas que tiveram que ficar em casa em
lock down, começaram a arrumar a casa e encontrar times de botão e mesas "Estrelões". Hoje, praticamente metade dos filiados da Futmece (95) são do interior do estado. Antes da pandemia, havia-se um espaço próprio no qual jogaram por 18 anos - um espaço que foi perdido devido a um problema de infraestrutura. Tiveram que procurar novos espaços em clubes, escolas e universidades. No ano passado atuaram na Estácio e na atual temporada estão na Unifametro.


Tudo isso fruto de parcerias, contatos e apoios de todos os apaixonados pelo nosso esporte. Não pagam aluguel porque, a exemplo da Estácio, conseguiram uma cessão de espaço por intermédio de um contato aficionado pelo futebol de mesa. Resta apenas contribuir, na medida do possível, com algumas despesas de manutenção. Eles não têm condições de pagar um aluguel. Antes o aluguel era pago por um grupo de 10 pessoas que se comprometeram e mantiveram o nosso esporte.


Nomes como Carlos Cláudio, Adail Colares, Klerton Santana, Adriano Magalhães, Ricardo Simões, Bill Rola, Manoel Moura, Rafael Moreira, Wanderson Soares são marcantes na história da Federação Cearense. Apesar de não se considerarem donos desse sucesso, por modéstia, têm todos muito orgulho do futebol de mesa do estado e por tudo que ele conseguiu realizar e pelo quanto representa hoje para o botonismo no Brasil. Em 2017 trouxemos a Copa do Brasil de Dadinho para Fortaleza e novamente agora, em 2023. Hoje temos 20 novos adeptos entre atletas sub-18 e mulheres filiadas. Uma vitória para o esporte.


Nesta minha última crônica da temporada de Subbuteo Planet, faca esse meu registro e minha singela homenagem a estes gigantes abnegados. Un grande abbraccio a tutti. Ne riparleremo la prossima stagione.

Biblioteca de "Subbuteo Planet"
Reler publicações anteriores dos cronistas desta coluna.

Giuseppe Spasiano é italiano de Nápoles, radicado no Brasil e apaixonado pela arte do "girello ",top spin, muito usada quando jogava com os amigos entre o 1979 e 82 na modalidade conhecida agora como "Old Subbuteo". Ao ver no Youtube uma entrevista com o compatriota Massimo Bolognino "Dedo de Dios", campeão mundial 22 vezes, foi arrebatado pelo desejo de retomar a paixão dos tempos de adolescente. 35 anos depois, em 2017, resolveu reiniciar-se na prática - agora do subbuteo moderno - conhecido em 25 países como futebol de mesa. Hoje, atuando como atleta da Portuguesa de Brasília, Pepe teve passagens pelo Fortaleza-CE, Torigno-SP e Aliados do Rio de Janeiro.

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pepe@mundobotonista.com.br


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