Painel do Mundo
Por Quinho Zuccato (17/10/2025
Amanhã vai ser melhor
Saudações, amigos do Mundo Botonista! Nessa crônica, quero contar a vocês um pouco dos bastidores da minha mais recente conquista: o tetra-campeonato da Copa do Brasil em João Pessoa, na Paraíba, há um mês. Por muito, muito pouco mesmo, eu quase acabei não indo participar deste torneio. Problemas de saúde com a minha esposa me fizeram reconsiderar durante dias se valia a pena eu ficar uns dias fora de casa durante o momento complicado que ela está passando. Mas, a pedido dela mesma, eu fui. Com a força que ela me passou, com o apoio de amigos particulares que tenho no nosso esporte e dos colegas de equipe Di Cicco e Muratore, parti para João Pessoa.
O objetivo, claro, é sempre buscar o título. Mas procurei tentar me descontrair um pouco, coisa que há tempos não vinha conseguindo fazer, disfarçando ao máximo o problema pelo qual estou passando. Procurei fazer uma primeira fase bem segura, buscando conquistar o máximo de pontos possíveis e me manter entre as melhores campanhas para, depois, na fase final, ter alguma vantagem nos confrontos diretos na briga pelo título.
Seguindo ainda pelo primeiro dia de competição, após 7 rodadas, terminei o sábado em terceiro lugar, 5 pontos atrás do Ednilson Gaffo, botonista do São Paulo Futebol Clube, que estava com uma campanha perfeita, com 100% de aproveitamento. Fui para o hotel descansar com um único pensamento: ganhar todas as partidas do segundo dia e contar com pelo menos dois tropeços do líder. Já na primeira rodada do segundo dia, eu tinha um confronto direto com o vice-líder até então, Thiago Penna, atleta do Vasco da Gama-RJ. Com uma boa vitória, assumi a vice-liderança, enquanto o líder continuava sem perder pontos.
Por um daqueles causos que só acontecem no futebol de mesa, numa infelicidade, Ednilson deixou cair do bolso de sua bermuda (que estava rasgado) a sua palheta de chute sem perceber o ocorrido. No meio da partida, ele até conseguiu achar sua palheta, mas a concentração, o mental, ele não conseguiu encontrar mais até o final do torneio. Foi neste momento que percebi que havia uma chance real de conquista. Precisava encontrar forças, não sei de onde, para entrar em um modo automático e não perder mais. E foi o que aconteceu.

Ao final da penúltima rodada, veio o tetra-campeonato, e o desabafo de quem estava enfrentando tantos problemas, que nem mesmo a prática do Futebol de Mesa estava consequindo suavizar. A emoção veio, junto com um alívio e sentimento de missão cumprida, graças ao apoio dos amigos e companheiros de clube. O choro na entrevista para o Mundo Botonista, quando Jeferson Carvalho me contou que minha mãe estava assistindo e comentando sobre minhas dificuldades antes da viagem, é o mais puro resumo do que aconteceu naquele momento. Dias ruins passam, na esperança de que virão dias melhores sempre!
Sempre repito aqui para os amigos leitores aquele meu velho mantra "Sempre dá pra melhorar". Desta vez amigos, em face às dificuldades e ao percurso com tanta superação, confesso que o sentimento é diferente. Vou me despedir de vocês com vocês um outro lema: "Amanhã vai ser melhor!" Um grande e fraternal abraço a todos. Muito obrigado, de coração, pela força. Até a próxima temporada.
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O Socorrense Marcus Paulo Liparini Zuccato, ou simplesmente Quinho, como é conhecido no meio botonístico, está entre as maiores lendas da história do futebol de mesa. Campeão mundial, foi talhado para caçar títulos desde garoto. Campeão brasileiro da categoria principal aos 15 anos de idade (um recorde até hoje jamais igualado), Zuccato é o maior campeão Brasileiro da história com 6 troféus em sua galeria. Enquanto colunista do Mundo Botonista, uma vez por mês Quinho divide um pouco do que sabe sobre questões relacionadas à técnica de jogo na regra que pratica com absoluta maestria, a 12 toques.
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