Painel do Mundo

Rodrigo Arbusa Villanova, nascido em Porto Alegre em 1985, reside na capital gaúcha, é Metrologista e Pós-Graduado em Qualidade, trabalha desde 2003 com laboratório de ensaios, calibração, homologação e certificação de produtos, é apaixonado pelo futebol de mesa desde 1989, quando jogava com seu irmão mais velho toque toque. Iniciou na regra gaúcha, foi diretor de Marketing da Liga gaúcha, depois foi jogar 1 Toque cavado e Liso, e morou em São José dos Pinhais quando foi Vice Dt da 1Toque jogando pelo Afumtiba, onde conheceu Dadinho e 12 Toques, hoje pratica habitualmente a 12 Toques e a 3 Toques, mas sempre que pode pratica a regra Gaúcha e Dadinho. Além de jogar, tem como hobby a fabricação de mesas, traves, goleiros e botões. Um colecionador de regras, diferente da cultura do estado que pratica massivamente regra 1Toques, Cavado e Liso, se aventurou em praticamente todas as modalidades para conhecimento e desenvolvimento de esporte apaixonante.
Qual é a medida certa?
Por Rodrigo Arbusa Villanova (13/10/2025)

Atualmente, medir um botão ou um goleiro está bem mais fácil, com equipamentos específicos de aferição para comprimento (altura e diâmetro). O paquímetro hoje tem valores mais acessíveis em
sites na
internet, a partir de R$20,00, até paquímetros de oito ou até dez mil reais. Mas o porquê desta diferença será somente marca, durabilidade ou outra questão?
Na verdade, o valor do paquímetro está relacionado à sua margem de erro e não à durabilidade ou nome de uma marca famosa. Mas como assim vou pagar 10 mil reais em um paquímetro que erra? Sim, infelizmente, independentemente do valor que irá pagar, o instrumento de medição nunca será totalmente preciso. Isso vale para tudo: balanças, réguas, paquímetros, medidor de temperatura, todo e qualquer instrumento de medição tem erro. Mas não entrem em pânico, todo processo de fabricação permite uma variação que está normalmente definida em desenho industrial ou em uma norma técnica do produto. E quem já pôde ver isso é o famoso 100 mm ± 1 mm. Se essa medida de 100 mm ± 1 estiver em um diâmetro, a peça é considerada aprovada se eu medir valores maiores que 99 mm e menores que 101 mm.
O erro é o valor que o instrumento mede e a diferença que é encontrada no padrão internacional para aquele tipo de grandeza, no caso, é o metro. Existem laboratórios acreditados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO), os quais fazem essa aferição com um bloco padrão para descobrir qual é o erro do instrumento, fazendo nele essa medição. Isso é chamado de calibração, que é comparar o que o instrumento mede, quando utilizado em um padrão de valor conhecido.

Com isso, quando temos uma medida realizada, o correto é apresentar o valor medido e a sua incerteza de medição, na qual basicamente leva-se em consideração o erro do instrumento e outras variáveis. Quanto menor for esse erro do instrumento, menor será essa incerteza de medição e mais próximo do valor exato será a medida.
Depois deste breve preâmbulo, quero trazer a vocês a minha visão de metrologista para o nosso esporte. Afinal, vemos nos grupos de debate das diferentes regras várias informações relativas a diâmetro, graus, peso e distâncias e tentamos explicar o motivo de muitas vezes trocarmos de time ou de palhetas com aquelas medidas que entendemos ser as melhores para nós e, por vezes, times que parecem ser exatamente iguais na prática se mostram totalmente diferentes no seu comportamento nas mesas de jogo.

Existem sim disparidades entre os instrumentos de medição. Um bom exemplo são os paquímetros analógicos e digitais que podem apresentar medidas discrepantes e muitas vezes com uma resolução diferente. A resolução do instrumento é o menor valor que o instrumento mede. Sendo assim, vamos encontrar medidas dos botões de um time diferentes. Talvez essa disparidade explique um pouco o motivo de times que teoricamente são da mesma medida, mas que na mesa de jogo apresentam resultados diferentes, pois o instrumento de medição que você utiliza é diferente daquele que o artesão usa.
Um dos objetivos deste texto é mostrar o que a regra do jogo nos informa de medidas máximas e mínimas e se fica claro o conceito das tolerâncias ou possíveis variações. Comparando a regra 12 Toques com as outras regras oficiais da Confederação Brasileira de Futebol de Mesa (CBFM). Caso este tema tenha despertado o interessado dos amigos, posso retomá-lo em um novo texto de forma mais detalhada com dados coletados e as informações que tenho sobre o assunto. Espero ter contribuído para o entendimento da comunidade a respeito e que tenham gostado.
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