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MUNDO BOTONISTA
Doze giros

Por Erismar Gomes (11/04/2023)

Os seus botões.

Olá meus amigos leitores! Não, eu não vou escrever sobre a música do Roberto Carlos. O assunto é nossos times de botões, a peça mais importante de nosso esporte, os protagonistas na mesa de jogo. A grande maioria de nós começou a jogar botão na infância e com botões de brinquedo. Sim, era um brinquedo feito em fábrica de brinquedos, junto com tantos outros tipos de brinquedos. A mais famosa, sem dúvida, a Estrela, que fabricou também o campo, conhecido até hoje como “Estrelão”.


Girando para a frente a roda do tempo, descobrimos o esporte Futebol de Mesa. Os primeiros times, quando começamos a praticar, eram os famosos times de tampa, feito em sua maioria de acetato, um primo do acrílico e da resina. Ele era chamado de tampa por ser similar a uma tampa de relógio de pulso dos mais antigos. Os times de acrílico que usamos atualmente nas competições estão aí em plena atividade até os dias de hoje. Muitos botonistas só jogam com esse tipo de botão. Muitos de nós, competidores federados, temos nossos times de tampa até hoje e, vez em quando, damos umas  palhetadas em torneios só com esse material,  como eu mesmo, por exemplo.

Botões tampa (também chamados de vidrilhas): presentes antes mesmo da formatação da regra 12 toques 

No final dos anos 70 surgem os times de chapa de acrílico, uma verdadeira revolução no jeito de jogar botão, com duas opções: botões fechados e botões tipo argola, que logo foram adotados por todos os botonistas que disputavam competições oficiais Brasil afora. Curioso porém notar que, diferentemente dos tampas, os times de acrílico evoluíram na sua fabricação nas mãos de talentosos artesões. Os primeiros, entre o final dos anos 70 e começo dos anos 80, tinham o diâmetro de 50mm, entre 2,0 a 2,8 de altura, na sua maioria argolados e canoados (expressão usada para time com muita caída em cima, lembrando o desenho de uma canoa).

Botão usinado em acrílico do tipo argola: criação do artesão Lorival de Lima, até hoje o modelo mais utilizado entre os atletas da modalidade 12 toques.

Com a chegada da regra 12 toques, os botões mudaram novamente. Os canoados deram lugar a botões retos em cima ou com pouca caída, e conviviam com os argolados. Os times com rebaixo em cima para colocar a decoração virando um time fechado. O diâmetro foi aumentando para 53 mm, com o propósito de ocupar mais espaço e serem mais eficientes na famosa linha burra.


Girando um pouco mais a roda do tempo, no final dos anos 80 surgem os batatões, botões de 60mm de diâmetro usados pela esmagadora maioria dos botonistas como botões de defesa, ocupando ainda mais espaço na mesa. Houve também quem jogasse com o time inteiro de batatões. Nessa época também começaram a aumentar a altura dos botões: a moda era jogar com 4,0 de altura 23º graus de inclinação na bainha. 90% dos botonistas jogavam com essa medida. Logo depois subiu um pouco mais e os 4,1 ou 4,2 de altura eram os preferidos.


Passados mais alguns anos , vamos para meados dos anos 90 e começo dos anos 2000, com o intercâmbio saudável provocado pelos campeonatos nacionais, que a essa altura já estavam consolidados. Tudo motivado pela incansável procura dos botonistas pelo time perfeito, com o objetivo de maior precisão no chute e, por consequência, uma maior competitividade. Os botões ganharam mais altura. A coqueluche do momento eram os 4,5mm de grau 20. Isso mesmo; além de aumentar a altura, diminuiu o grau. Assim os chutes mais fortes, sem parábolas, foram adotados por muitos Campeões. Mas os 4,1 e 4,2 de altura, grau 23, ou mesmo grau 26, também tinham seu espaço. Muitos continuavam com seu grau preferido e, tudo bem, lógico.

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Alguns dos mais de 1600 times criados pela Vitrine do Botão entre os anos de 2007 e 2015

A partir de meados dos anos 2000, mais ou menos em 2005, pouquinho menos , pouquinho mais, aparece uma grande novidade: os botões vitrine, botões fechados que na parte de cima têm uma lente de acrílico transparente proporcionando o afloramento da criatividade na decoração dos times. Isto virou uma febre por todo Brasil. E em pouco tempo era difícil um botonista que não tinha em sua coleção um time vitrine. A partir daí a altura dos times foi mexida em grande proporção. Vieram times de 5,0, 5,5 e até 6mm de altura. Apesar de não serem maioria, não era difícil se deparar com adversários com um time vitrine nessas alturas. Outro detalhe: ouso dizer que a, partir da criação dos times vitrines, a estética também teve um avanço monumental e os times, inegavelmente, ficaram mais bonitos.


Uma curiosidade que talvez os amigos não saibam é que quem deu nome ao modelo Vitrine foi Jeferson Carvalho, editor aqui do portal Mundo Botonista. Sem dúvida, ele foi também um dos grandes responsáveis pela popularização do modelo por meio de um site chamado "Vitrine do Botão", até hoje na memória afetiva de muitos botonistas.


extinto site do antológico Vitrine do Botão, responsável por popularizar o modelo vitrine entre os botonistas da 12 toques entre os anos de 2008 e 2015

Avançando para 2014/2015, conhecemos a última novidade: os zagueirões. Os botões de defesa com 60mm de diâmetro ganharam altura máxima permitida subindo para inacreditáveis 7,5 ou mesmo 8,0mm de altura, objetivando melhorar a defesa, já que, se a bola chegar muito perto desses gigantes, o chute a gol do adversário fica impossível. Também é visível que dá uma aparência de maior ocupação do espaço defensivo na mesa. Com o tempo a moda foi crescendo e vemos cada vez mais os zagueirões serem adotados. São poucos os botonistas que hoje não usam esses botões em sua defesa.


A última novidade veio mais ou menos a partir de 2019, inspirado nos times da regra dadinho. A celebridade da vez são os botões com pin, que nada mais é do que escudo metálico. Alguns até banhados a ouro, encrustados no acrílico e de uma beleza inigualável. Há ainda quem use madre pérola (um tipo especial de acrílico) e alguns são feitos com ficha de poker, material mais caro, o que elevou naturalmente os preços de um time de botão para quem quer ter essa novidade em sua caixinha. Os times de pin são inegavelmente os mais bonitos, e objeto de desejo dos colecionadores.

A febre do momento:  times de acrílico com decoração feita a laser, com um pin banhado a ouro cravejado no centro do botão usinado com resina. Este Barcelona foi criação de Botões AR. 

Então, meus amigos, conforme o relato acima, podemos verificar que os botões tiveram ao longo do tempo uma grande mudança, se compararmos com os primeiros botões de acrílico. Evidente que mudou para melhor. E evoluiu, fazemos mais gols e somos mais competitivos, porque nossos times estão melhores. Se você que me lê não concorda, não faz mal. O importante é jogar botão, como preferir, com os seus botões.

Biblioteca de "Doze Giros"

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O corretor de seguros Erismar Ferreira Gomes, 58 é paulista, torcedor do Santos F.C, e um apaixonado pelo futebol de mesa e virtual (no video-game). No Futebol de Mesa tem um rastro indelével tanto no espectro da gestão (tendo sido diretor de departamentos em clubes importantes como Corinthians e Maria Zélia) e presidente da Federação Paulista; quanto na qualidade de atleta - onde ostenta inúmeros títulos, incluindo um bicampeonato Brasileiro por equipes e o título Brasileiro individual em 2005 (ambos na categoria masters). Erismar é uma testemunha privilegiada da história e evolução da regra 12 toques pois não apenas a viu nascer mas participou ativamente da sua história. 

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erismar@mundobotonista.com.br

(011) 99653-1317

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