Painel do Mundo

Paulistano de nascimento e santista de coração, o pedagogo e professor de Xadrez, Sidney David Alves de 65 anos, é pedagogo, professor de xadrez e um frequentador assíduo dos jogos do Santos FC na "Vila mais famosa do mundo". Botonista da regra 12 toques desde os anos 90, com passagens por clubes como Nacional, Tietê, Indiano, Portuguesa Santista e Maria Zélia, ele hoje defende as cores da sua grande paixão, o alvinegro de Vila Belmiro. Defensor da prática de atividades físicas para uma vida mais saudável para todos, depois de ser considerado sedentário, com peso acima dos parâmetros normais, colesterol e triglicerídeos alterados e pressão arterial muito elevada, encontrou nas corridas de rua e de montanha sua cura. Hoje, não faz uso de nenhum medicamento e usa uma frase do lendário herói olímpico Emil Zátopek para motivar novos praticantes: “Se você quer correr, corra uma milha. Se quer mudar de vida, corra uma maratona”.
Paixões de toda uma vida
Por Sidney Alves (12/11/2025)

Desde pequeno lembro que sempre fui apaixonado por futebol e pelo Santos Futebol Clube, aquele time que jogava todo de branco e que encantava até torcedores adversários. Eu jogava bola na escola, na rua, nos campinhos de terra e acompanhava o Santos no rádio. Quando me tornei um jovem, pude ir a todos os jogos presencialmente. Ainda pequeno, ganhei um presente numa caixinha; eram botões, aquelas pecinhas que tentavam imitar os jogadores de futebol de verdade. Nessa caixinha vieram dois times, meu querido Santos e o Palmeiras, algo bem lógico para aquela época, pois o Santos dominava nos campos do Brasil e do mundo e o outro conseguia, de vez em quando, alguma sorte contra nós.
Aquela paixão pelo futebol se transformou por aquelas pecinhas, ou seja, os jogadores que deslizávamos pelo chão da sala, do quarto, na mesa da cozinha, etc. Fui ganhando e comprando novos times, cheguei a ter perto de 100 times, fazia campeonatos, jogava sozinho ou com os amigos, narrava os jogos, elaborávamos tabelas. As regras, normalmente, eram aquelas do mandante, ou seja, do dono da casa onde se disputavam as partidas. As discussões faziam parte, mas tudo terminava bem. Os anos passaram e surgiram os campos também conhecidos como estrelões e a brincadeira foi ficando mais séria; fosse no chão ou em cima da mesa, aquele tablado se tornava nosso estádio. Essa paixão pelo futebol e pelo futebol em miniatura, ou seja, nosso futebol de botão cresceu e se tornou futebol de mesa.
Aquele menino que corria pelos campos de terra sonhando ser um jogador profissional enveredou por outros caminhos, por outras profissões, cresceu, casou, teve filhos, jogava bola com colegas de trabalho em quadras de futebol de salão. Passado um tempo, descobriu que aquela paixão de criança organizara-se, tinha todo um circuito com campeonatos oficiais, caderno de regras datilografado e lá fui eu, conhecer novos amigos, agora homens, com a mesma paixão pelas tais pecinhas, agora sofisticadas de acrílico; goleiros bem trabalhados imitavam nossas caixas de fósforo com pilhas dentro, enroladas numa fita isolante e o distintivo do time colado. Esses campeonatos, com regras oficiais, com mesas demarcadas sobre cavaletes, nos faziam sentir que o que praticávamos quando crianças parecia o futebol de várzea e agora estávamos no futebol profissional. Nada ganhamos com isso, temos apenas gastos para possuirmos melhores jogadores feitos por artesãos de primeira linha.
Hoje a paixão pelo futebol permanece e a minha outra paixão, o futebol de mesa, também. Não me tornei um jogador de futebol profissional, mas tenho a honra hoje de vestir o manto sagrado do Santos Futebol Clube e poder representá-lo nos campos do futebol miniatura, do futebol de botão ou do futebol de mesa, como queiram.
As ideias expressadas nesse texto são de total responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Portal Mundo Botonista.
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