Painel do Mundo

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MUNDO BOTONISTA

Por Valmar Talamo Domingues (26/05/2024)

Acrílico versus tampa

Saudações aos craques da Palheta!!

Como resistir à beleza plástica de um time de botão de acrílico argolado, fechado ou com pin? Como resistir à beleza de cada jogador desfilando suavidade nas mesas, tocando a bolinha e desferindo um belo chute certeiro, que estufa a redinha e, ao mesmo tempo, desarruma a defesa adversária, muitas vezes chocando-se também com o goleiro adversário, derrubando-o violentamente, mas de forma educada e cadenciada... Como resistir?

Noto que aqui nas ligas norte-americanas, a resistência ao jogo com os "Acrílicos" ainda é grande. Talvez pela falsa ideia de que esse tipo de botão implica em um "profissionalismo" desse nosso querido esporte, que foi e é o elo que criou e que fortalece a amizade que iniciou-se com os botões "Tampa", carinhosamente chamados de “vidrilhas”. Pelo que consigo observar, trata-se de uma resistência a algo que possa fazer com que os encontros passem a ser levados mais a sério, limitando a diversão e o lazer, que sempre foi o ponto atrativo dos nossas primeiras reuniões. Concordo, sem nenhuma dúvida, que a leveza do jogo, e a beleza das artes que conseguimos criar e aplicar nos botões "vidrilha" são também algo que impressiona e que atraiu - e ainda atrai - muitos botonistas. Concordo também que a lembrança das épocas longínquas, quando recolhíamos velhas tampas de relógio nos lixos de relojoarias, traz o saudosismo destes áureos tempos, o que é compreensível. 

Qual a solução para isso então? Como conciliar e manter os dois lados em harmonia ao ponto de podermos manter todos felizes, satisfeitos e animados? Na Liga Houston, essa situação é bem clara. Quando falamos em "Torneio com Acrilicos", a primeira coisa que recebemos como resposta, de grande parte dos participantes é que não deveríamos fazer nada "sério" a esse ponto(...)... Por outro lado, os que gostam e apreciam os “Acrílicos”, aceitam a ideia e se animam a participar. O que acaba sendo interessante, é o fato de que, quando promovemos um "Torneio com Vidrilhas", os que gostam mais dos "Acrílicos" mostram uma flexibilidade maior e fazem parte, sem problemas, do torneio proposto. Percebo que a implantação dos botões de acrílico” ainda tem um grande caminho a ser percorrido.

Em algumas outras ligas, especialmente as da região de New York e New Jersey, os torneios, em sua maioria, já são com esses botões, e a aceitação desse tipo de material parece ser maior. Na liga do Canadá, os botões utilizados são os “Vidrilha”, o que acontece também na liga de Utah, onde ainda existe, além disto, o fato de que é utilizada uma regra local, diferente e com inúmeras adaptações da Regra 12 Toques que praticamos. No Texas e New York/New Jersey esses ajustes não acontecem. Na nova liga que foi criada no Tennessee, a aceitação e a adaptação aos botões de acrilico é grande, muito por contas de que alguns participantes possuiam esse tipo de botões e já haviam jogado com eles. Entretanto, o gosto pelas vidrilhas, principalmente para os iniciantes, e para alguns jovens, mostra-se também bem grande.

Conciliar os dois tipos de botões e dar chance para que todos pratiquem o que preferem, me parece a solução mais correta. A essência está na amizade, na participação, no encontro ao redor de algo que somente nós, brasileiros, sabemos o valor. Viver num país distante, onde há a limitação de acesso a tudo que se refere a esse esporte, a nossa cultura, faz com que sejamos mais flexíveis e que coloquemos o resultado dos nossos encontros sempre em primeiro plano, não importando com qual material ou regra jogamos. O verdadeiramente importante será sempre o abraço, o sorriso, o encontro, que além do futebol de botão, seja ele em acrílico ou vidrilha, é sempre regado de alegria, resenha e muita diversão

Então? Acrílico ou Vidrilha??? 

Um grande abraço direto de Nashville, onde jogamos futebol de botão (acrílico ou vidrilha) por música! 

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Paulistano radicado nos EUA, Valmar Talamo Domingues é formado em Comunicação Visual e Ilustração, com larga experiência na area de Seguros, e também na indústria de Petróleo e Energia, na qual atualmente atua. Divide o tempo livre entre pinturas a óleo, desenhos e futebol de botão, sempre apreciando uma boa Música. É o idealizador e criador da Liga Houston de Futmesa, no estado do Texas, e também da recém criada Music City ButtonSoccer, no Tennessee, ambas nos EUA. Valmar considera o Futebol de Botão um dos principais elos de amizade e, sendo um jogo lúdico, uma grande ajuda para a manutenção da saúde mental, em meio ao stress do dia a dia..

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valmar@mundobotonista.com.br
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