Independentemente do que façamos e o quanto buscamos, a pergunta que vem em nossa mente de vez em quando é: "Será que um dia eu vou chegar lá?" Essa simples pergunta aparece quando vislumbramos uma promoção no emprego, uma escalação como titular no time que jogamos, uma aprovação no curso/concurso que nos inscrevemos, uma graduação de faixa nas artes marciais, ou seja, a busca pelo topo, pela perfeição em algo que estamos fazendo.

A resposta é SIM - todos podemos chegar lá. Com dedicação, busca, estudo, treino e foco, podemos chegar aonde quisermos. Porém, existe um limite para o aprimoramento? Não importa o quanto você treine e se dedique, o seu resultado permanece igual depois de um tempo? Assim como na musculação de academia, após treinar muito e ficar muito forte, ainda existirá um peso que não vai dar para levantar. Isso é humano. Temos limites, sim, e alguns objetivos jamais serão alcançados. Conformar-se com isso parece até um sentimento de derrota, mas não é. Ninguém é bom em tudo e todos temos limites no que podemos executar. Atletas como o CR7, com características únicas e uma dedicação acima do normal, são exceções. Ele atingiu números que talvez jamais sejam igualados. Mas a idade está chegando e o alto nível de performance fica cada vez mais difícil de manter. Não é falta de vontade ou falta de treino, mas um fator mutável e imbatível que é a idade. Mesmo que máquinas de scanner digam que ele tem 11 anos a menos de idade fisiológica, é evidente que ele não tem a mesma capacidade de antes.

Então o que podemos (e devemos fazer) é focar naquilo que queremos. Praticar regularmente, identificar e corrigir os erros, buscar a orientação de profissionais, utilizar ferramentas atuais como gravações em vídeo e análises. Manter uma boa alimentação, hidratação, sono e o que eu particularmente considero primordial: a motivação.  É fundamental compreender que o desenvolvimento de qualquer habilidade está diretamente relacionado à constância e à paciência. Muitas vezes, os resultados não aparecem de forma imediata, e é justamente nesse período que muitos desistem. A teoria da prática deliberada defende que o progresso significativo vem quando nos desafiamos continuamente fora da zona de conforto, focando em aspectos específicos que precisam ser melhorados, repetindo o que já sabemos fazer bem. Praticar de maneira inteligente é tão importante quanto praticar com frequência.

Outro ponto importante é o papel da mente nesse processo. A neurociência já demonstrou que nosso cérebro possui uma notável capacidade de adaptação (neuroplasticidade). Significa que, ao nos dedicarmos conscientemente a uma atividade, criamos e fortalecemos conexões neurais que facilitam a execução daquela tarefa no futuro. Cultivar uma mentalidade positiva, resiliente e aberta ao aprendizado contínuo potencializa ainda mais os resultados. O autoconhecimento torna-se uma ferramenta poderosa para identificar bloqueios, superar limitações e alinhar os objetivos com as estratégias de evolução tanto pessoal quanto profissional.

Gosto desse assunto e queria escrever mais sobre ele, mas chegou o limite deste texto e do meu número de colunas no ano. Até 2026.