Painel do Mundo
Por Rafael Pena (8/10/2025)
Um novo ciclo

Chegou a hora de parar para escrever a última crônica da temporada da coluna Estrat3gia - o espaço dedicado à turma do 3 Toques aqui no portal Mundo Botonista. Confesso aos amigos que nem sabia direito sobre o que escrever. Para começar esse texto, fiquei parado de frente para o computador por mais de cinco minutos, sem conseguir criar uma linha. Quando escrevia, ia lá, deletava, voltava atrás e ficava nesse vai e vem sem tamanho. Até que passou pela minha cabeça apenas exercitar o conceito de gratidão.
Gratidão, em primeiro lugar, ao Jeferson Carvalho e ao José Carlos Cavalheiro, que abriram o espaço para falar de uma regra que, pelas inúmeras particularidades, tende a ser extinta em um não tão distante espaço de tempo. A oportunidade para desenvolver temas ligados à regra 3 Toques — pela qual sou apaixonado e que não escondo isso de ninguém — pode ser considerada um marco para os praticantes da regra carioca em um ambiente cujo foco maior é a regra 12 Toques, o que é totalmente justificável pelo grande público que ela tem. Temos que agradecer também a cada abnegado que, a seu tempo e na sua condição, pelo menos uma vez na vida, acreditou que poderia organizar, receber e realizar jogos da regra 3 Toques. Sou grato a cada local que sediou campeonatos, às pessoas que mantêm as sedes dos poucos clubes que restam; ou seja, gostaria de agradecer a todos enquanto a regra ainda existe.
Se comecei falando de gratidão, não posso deixar de falar de empatia e de respeito. Dentre as coisas que a humanidade teve a oportunidade de desenvolver quando foi posta à prova nos anos da recente pandemia de COVID-19, estão estes dois conceitos. Peço a todos aqueles que abraçaram regra 3 Toques, que procurem agir com empatia e respeito enquanto atletas, se quiserem que a modalidade ganhe mais algumas décadas de prática. Saber receber um novato, respeitar o ambiente de jogos, ser grato a quem doou seu tempo, bem ou mal, para o movimento. Saber se colocar no seu lugar como atleta e, principalmente, na pele dos dirigentes da organização. Estes dois posicionamentos são, a meu ver, o ponto primário para se pensar no esporte. Convido todos a refletirem sobre o futuro que queremos como indivíduos, como esporte, como partícipes dessa pequena bolha que é o mundo da regra 3 toques.
Despeço-me desejando vida longa à regra 3 toques e à coluna Estrat3gia confiada a mim aqui no portal Mundo Botonista durante os dois últimos anos. A partir da próxima temporada, o espaço terá um novo cronista responsável a quem antecipo-me em desejar uma boa condução. Por fim, agradeço a cada um que se prestou a ler os meus textos e que possamos ter cada vez mais pessoas dispostas a contribuir para o engrandecimento da regra 3 toques em todo o Brasil. Do lado de cá, estarei sempre na torcida. Um grande abraço a todos.
Biblioteca de "Estrat3gia"
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Mineiro de Belzonte (Belo Horizonte para quem é de fora) Rafa Pena também é advogado, fotógrafo, pai, filho, cruzeirense de arquibancada (mas que se dá bem até com os atleticanos tanto é que se casou com uma), escoteiro, zoeiro (gosta de uma piada e uma troça), videomaker, fusqueiro e Kombeiro, participa de canais do YouTube que falam de futebol e do Cruzeiro, fã de Chaves e Star Wars, e mais um monte de coisa que ajuda a tornar a vida mais prazerosa. Joga botão desde o “estrelão” e por isso, quando conheceu a Regra 3 toques em dezembro de 2008 e teve que batizar seu time já lançou “Estrelão da Madrugada”, homenagem à sua origem e ao Seu Madruga. Procura jogar, se divertir e manter a história e a chama do botonismo aonde passa. Mais que isso, só chamando para prosear (se tiver café e pão de queijo, melhor ainda).
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